Todo recém formado tem dúvidas do caminho a ser seguido. Isso aconteceu comigo e com certeza aconteceu ou vai acontecer com você.  

Apenas uma reflexão pessoal: hoje tenho 38 anos, quando tinha 22 as coisas não eram como hoje. O volume de informação não era tão grande, mesmo assim era difícil. Sempre tem aquela tia que dá um “pitaco” na vida da gente. Elas veem alguma pessoa na novela que tem sucesso em determinada área e pensa que com a gente também vai ser assim, mas não!  

Com uma grande quantidade de palpites em minha cabeça, eu pensei em 3 áreas que eu poderia atuar: 

1 – Cálculo estrutural – sempre gostei, mas não era apaixonado; 

2 – Orçamento e planejamento  gostava bastante, mas o que mais me doía nessa atividade é que eu teria que ficar preso dentro de um escritório com uma rotina muito repetitiva; 

 Execução de obras – eu amava essa área. Principalmente pela autonomia e dinamismo no trabalho.  

Vejam, nenhuma dessas 3 atividades listadas está inserida a perícia judicial, ou, se preferir, engenharia legal.  

O motivo é claro, nunca tive durante minha formação, sequer um professor que falasse dessas atividades. Naquela época, quem ganhava dinheiro com perícias escondia a 7 chaves, não comentavam nem com amigos. Pelo menos foi a impressão que eu tive.  

O fato de eu não ter listado a perícia em minhas atividades preferidas não pode ser considerado um erro, até porque erros só podem ser considerados erros quando conhecemos algo e fazemos errado.  

Portanto, vou listar de maneira decrescente meus maiores erros: 

Acabar a faculdade e já ir direto para uma especializaçãoNão me arrependo, mas considero um erro. Hoje eu faria diferente, ao invés de me formar e ter ido para graduação, eu faria uma pesquisa mais aprofundada sobre todas as possíveis áreas de atuação. Como já foi dito, naquela época não havia informações suficientes, hoje tem, e de fácil acesso para pesquisa. Dê um google. 

Insistir em uma atividade que não dá prazer. Entrei de cabeça na área de orçamento de obras. Foi um caos, no começo eu até gostava, mas após 1 ano de trabalho, eu me levantava da cama pensando como ia fugir daquela prisão. Na verdade, nos primeiros 3 meses de trabalho eu já sabia que eu não tinha sido feito para aquilo. Meu colega de trabalho amava, e eu, só querendo fugir.  

Abandonar tudo e procurar meu propósito. Também não recomendo que seja feito assim. Proposito não enche barriga. Fui buscar meu proposito e acabei sem emprego e sem dinheiro. Planeje seus próximos passos, nunca abandone seu trabalho sem que tenha algo planejado em mente. Aliás, só uma dica: A perícia é uma das poucas atividades que te permite manter sua ocupação atual e ter um plano B 

Não traçar um objetivo de carreira claro. Esse é o quarto erro, mas poderia, tranquilamente, estar em primeiro. Eu nunca fui muito de traçar metas a longo prazo e só hoje, depois de ter atingido o sucesso profissional, tenho clareza de sua importância. É tão importante, que eu só comecei a ter sucesso profissional depois que comecei a colocar minhas metas e objetivos no papel.  

No entanto, vale ressaltar que apenas colocar no papel não vale, você terá que estabelecer checkpoints, ou seja, pontos de controle para verificação de avanço.  

E por fim, mas não menos importanteEstruturar para ter clientes ao invés de ter clientes para estruturar. Caímos naquele dilema, “o que veio antes, o ovo ou a galinha?”. Eu quebrei minha primeira empresa por vários fatores, mas, ressalto como principal, o investimento alto em um lugar bonito, cadeiras e mesas modernas e equipamentos de última geração. Tudo isso é importante, mas quando a empresa já é capaz de se manter. Despesas altas e iniciais acabam com o caixa da empresa e te impedem de focar no mais importante, na captação de clientes.  

Hoje, após anos de atividade e 3 empresas muito solidas no mercado, posso te dar esses conselhos. Tenha sempre em mente, vale mais a pena perder (investir) de 6 a 12 meses pesquisando o que vai fazer e onde está de fato sua paixão, que sair atirando para todos os lados. Lembre-se, não estou dizendo para ficar no sofá da sua sala pensando na vida, vá procurar serviços (nem que seja de graça) e vivenciar o que puder.  

Antes que entorte o nariz e diga que não vai trabalhar de graça, eu fiz isso para 8 clientes, fazendo laudos, e dando consultoria na área de engenharia legal. Além de ter sido uma bela oportunidade de aprendizado, eu digo clientes porque os atendi durante mais de 3 anos após a minha disposição de apresentar meus serviços voluntariamente.   

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