Logo quando me mudei para Minas Gerais, tive que dar continuidade ao meu trabalho pericial, não sei se você sabe da minha trajetória na perícia judicial, caso não saiba como eu saí de São Paulo e vim parar em Minas Gerais, te convido a ler um pedacinho desta história aqui.  

          E, como todo bom perito, fiz meu cadastro no Tribunal e tracei minhas estratégias de visitas aos juízes, sim, eu recomendo que visite, o marketing pessoal é muito importante para ter sucesso, sou o exemplo vivo disso.  

 

Mas onde entra a vaca malhada?  

 

          Bom, a vaca foi uma das histórias mais trágicas e engraçadas que já presenciei. Comecei a receber diversas nomeações como resultado do trabalho e, uma delas, se tratava de uma perícia que envolvia área afetada por uma linha de transmissão (aquelas torres gigantes que você vê cortando diversas regiões do Brasil), e, o juiz entendeu que, era necessário que um perito de engenharia civil auxiliasse um perito em engenharia agronômica, pois, na causa havia avaliação de imóveis e de terras rurais.  

          É aí que a coisa começa a ficar trágica. Chegamos ao local do trabalho e, o proprietário da fazenda comunicou que poderíamos adentrar à porteira que seu administrador estaria na sede da propriedade nos aguardando, entramos.  

          No entanto, uma das porteiras, já próximo da sede, estava com cadeado (parecia que estavam dificultando nosso trabalho, mas não vem ao caso), o que fizemos? Pulamos e continuamos o percurso até a sede. Porém, no meio do caminho, entre a porteira e a sede, uma vaca malhada veio em nossa direção, eu não tinha experiência com vacas, afinal de contas, o agrônomo era o meu parceiro.  

          E aqui eu tenho que deixar clara uma coisa, quando a sua intuição falar corre, você deve correr.  

          Mas, eu com o meu péssimo hábito de confiar nas pessoas, ouvi o que o agrônomo “experiente com vacas” disse: Não se preocupe, esse tipo de animal não ataca humanos, nem prenha ela está, e eu continuei caminhando, e a vaca vindo… 

          Acontece que, em um determinado momento, a vaca começou a correr em nossa direção, me lembro que ela estava a uns 15 metros da gente, mas, desta vez, deixei minha intuição, meus equipamentos, e até meu celular, que estava em minha mão, para trás, joguei tudo no chão e saí correndo.  

          Você deve estar se perguntando… e o agrônomo?  

          Quase morreu do coração! Acho que ele não acreditou que a vaca o atingiria e não quis correr junto comigo. A vaca quase o pegou, o que o salvou foi uma árvore que estava próxima. Eu sei que se eu não tivesse corrido nós dois estaríamos trepados naquela arvore até hoje. A história pode ser engraçada, mas foi muito trágica.  

          Resolvi contar essa história por dois motivos: por me proporcionar boas risadas e que ter passado por essa situação me fez aprender que minha intuição deve ser ouvida em muitas situações.  

          Várias vezes durante a vida vamos enfrentar dilemas que única saída é ouvir nossa intuição. Nem sempre você tem uma resposta definitiva sobre alguma coisa, e cabe a você decidir o que fazer e por onde seguir.  

          Mesmo quando se trata da nossa profissão, também é preciso ouvir nossa intuição. E quando falo de intuição, não estou falando daquela ”voz misteriosa”, mas sim daquela certeza no coração de sermos bons profissionais e de que no fundo sabemos o que é correto a se fazer quando nos deparamos com um dilema no dia a dia da trabalho ou algo muito difícil que nos faz duvidarmos da nossa capacidade.

          E sempre bom lembrar disso, que somos capazes de resolvermos todos os problemas que encontrarmos na nossa frente. Estudamos muito para chegarmos até aqui, e ainda vamos longe!

 

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